Odontogeriatria: especializada na saúde bucal da terceira idade

with Nenhum comentário

Manter uma boa saúde bucal é fundamental durante toda a vida, começando na gestação e seguindo ao longo do processo natural de envelhecimento, sempre com o acompanhamento de um cirurgião-dentista. E você sabia que existe uma especialidade voltada para pessoas idosas, a odontogeriatria

Em 2060, segundo a Projeção da População do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), o percentual da população com 65 anos ou mais de idade chegará a 25,5% (58,2 milhões de idosos), enquanto em 2018 a média era de 9,2% (19,2 milhões). Em todo o mundo, de acordo com a Organização das Nações Unidas (ONU), uma em cada seis pessoas será idosa já em 2050. Por isso, desde já é necessário pensar nessa importante parcela da população. 

O envelhecimento ativo, como preconiza a Organização Mundial da Saúde, tem como pilares a participação social, afinal os idosos devem ser integrados e incluídos na comunidade; segurança/proteção, o que diz respeito também a questão financeira; o aprendizado ao longo da vida e a saúde de forma integral, incluindo a saúde bucal. 

A cirurgiã-dentista Denise Tibério, presidente da Câmara Técnica de Odontogeriatria do Conselho Regional de Odontologia de São Paulo (Crosp), atua no segmento desde 2000, quando ainda não existia a especialidade no Brasil. Ela destaca as principais doenças e os cuidados necessários para que a pessoa idosa mantenha sua saúde bucal. 

Cuidados essenciais

Deve-se manter uma boa saúde bucal durante a vida toda, segundo a odontogeriatra, respeitando os cuidados necessários para cada faixa etária. Idosos mais jovens, com 60 anos, normalmente têm mais dentes que os idosos que já chegaram à casa dos 80 anos. A recomendação é o uso de escovas com cerdas macias, pois a mucosa se torna mais frágil. A mesma atenção deve ser dada ao uso de fio dental e higiene da língua, como acontece em qualquer faixa etária. 

É fundamental manter a cavidade bucal bem limpa. Em idosos hospitalizados, por exemplo, há um aumento da pneumonia por aspiração porque em muitos casos a higiene bucal não é a adequada. A melhor forma de diagnosticar problemas bucais é consultar o cirurgião-dentista regularmente. Este é o profissional que irá determinar o tipo de tratamento a ser seguido.

O estímulo para que crianças e jovens cuidem da saúde bucal, deve fazer com que num futuro próximo tenhamos muitos idosos dentados, suprindo a falta atual de medidas preventivas voltadas ao público idoso atualmente. “A saúde bucal faz parte da saúde geral e devemos pensar no nosso envelhecimento”, alerta a odontogeriatra. 

Saúde bucal e doenças

Estudos, de acordo com Denise, mostram que a saúde gengival afeta o sistema cardíaco, a diabetes e doenças reumáticas. Em 2013, houve a primeira referência relacionando a doença gengival com o aparecimento de Alzheimer. A saliva é um componente importante para a manutenção da saúde bucal e, infelizmente, o uso de alguns medicamentos leva à boca seca. Assim, para ajudar a formação de saliva é necessário beber bastante água e aumentar a frequência da mastigação.

Uso de medicamentos 

O uso frequente de medicamentos na terceira idade, segundo a especialista, influencia no paladar e na saliva do idoso, além do impacto do açúcar na sua composição que aumenta o risco de cárie e de doença periodontal. Quando uma medicação já está sendo usada, pode haver influência na escolha do anestésico e demais medicamentos a serem administrados pelo odontogeriatra.

Próteses

A substituição de próteses totais (dentaduras) é recomendada a cada cinco anos. Porém, na prática, muitos idosos usam somente a prótese superior (dentadura). Com o uso inadequado, a movimentação dessa prótese pode resultar na perda óssea dos ossos maxilares. É necessária uma avaliação específica feita com a visão gerontológica (ciência que estuda o envelhecimento) do odontogeriatra.

Implantes 

Uma opção às próteses são os implantes, que podem ser indicados de acordo com a avaliação de um especialista. A solução é considerada mais prática e definitiva do que as próteses móveis. 

Gengivite 

Atualmente, o maior problema bucal para idosos dentados é a doença de gengiva, seja gengivite ou periodontite, pois, por ser uma inflamação crônica e indolor passa despercebida pelos idosos. É apontada como fator de risco ou responsável por potencializar doenças crônicas. 

Câncer bucal 

Sem dúvida, o câncer bucal é uma doença prevalente em idosos, principalmente em idosos tabagistas e etílicos, que são fatores de risco. O acompanhamento feito por profissionais especializados é de extrema importância, pois eles poderão acompanhar esses pacientes e avaliar a saúde da gengiva, bem como pequenas lesões brancas ou negras que estejam em locais de difícil acesso. 

Conteúdo originalmente desenvolvido pelo blog Nova Maturidade, especializado em produção e curadoria de conteúdo sobre envelhecimento ativo, longevidade e qualidade de vida. 

Compartilhe nas redes sociais!

Deixe seu comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *