Cáries: causas, complicações, prevenção e tratamento

Frequentemente associada ao consumo de doces por crianças, a cárie pode surgir em qualquer idade, mesmo entre as pessoas que não gostam de doces. Inclusive, muitos nem sabem que sofrem desse mal, e só descobrem quando o dente já está bem danificado. Acompanhe neste artigo tudo o que você precisa saber sobre a cárie: causas, complicações, prevenção e tratamento.

Causas da cárie

Ocasionada por bactérias, a cárie é uma doença contagiosa. Ou seja, ela pode passar de pessoa para pessoa através do beijo e compartilhamento de utensílios, como escovas, garfos e colheres. A cárie é a doença bucal mais comum do mundo, ou seja, as chances de alguém desenvolvê-la ou pegar de alguém é relativamente alta. Alimentação e higiene bucal inadequadas são os principais fatores que desencadeiam a cárie.

Sintomas e complicações

Alguns dos sinais de que alguém está com esse problema de saúde são: mau hálito, devido ao acúmulo de alimentos dentro da cavidade que se forma dentro do dente com a corrosão causada pelas bactérias; dor intensa e até perda do dente.
No começo, a atividade das bactérias não incomoda, formando apenas uma camada de placa. Se não tratada, a macha começa a ficar escura e, por fim, perfura o esmalte do dente.

A cirurgiã dentista Andressa Cardim, alerta que a cárie é uma doença séria que não possui tratamento caseiro e ainda pode causar complicações em importantes órgãos do corpo. Um exemplo é a endocardite, que é uma infecção no endocárdio (revestimento interno do coração). Geralmente a endocardite ocorre em pessoas que já possuem algum problema no coração, mas mesmo assim vale a pena tomar cuidado.

A cárie é agravada pelo consumo de açúcares e outros carboidratos, que “alimentam” as bactérias. Por sua vez, estas liberam um ácido que vai aos poucos perfurando o esmalte do dente, danificando-o. Quando a perfuração chega na parte que contém nervos (polpa), a pessoa sente uma dor forte e aguda. Pode ocorrer ainda uma infecção na gengiva, causando dor prolongada e dificuldade em mastigar alimentos.

“Junto com essa enervação dentro da polpa, temos também vasos sanguíneos, aí as bactérias contaminam esse vaso sanguíneo. Então, esse sangue pode ser transmitido para todo o resto do corpo, junto com essa bactéria, e ela pode ir para o cérebro, para o pulmão, para o coração…”, explica a dentista. “A cárie é facilmente evitada e pode trazer vários problemas se não tratada”, reforça.
 
Prevenção

Escovação correta, uso de fio dental e enxaguante bucal, além de redução no consumo de carboidratos geralmente são suficientes para manter o problema longe. Isso porque a escovação limpa os dentes, especialmente com uso de creme dental contendo flúor em sua composição. Por sua vez, o fio dental remove a sujeira nos locais em que a escova não consegue alcançar. Ainda, o enxaguante bucal possui componentes que matam as bactérias que sobraram.

Mesmo que não causem cáries diretamente, os alimentos ácidos e o álcool contribuem para aumentar a acidez da boca, deixando-a mais suscetível a desenvolver a corrosão do esmalte dos dentes. Alguns exemplos de alimentos cítricos são: abacaxi, acerola, cupuaçu, laranja, lima, limão, tamarindo e tangerina. Outra dica é beber bastante água, pois ela ajuda a limpar a boca e promove a salivação. 

Tratamento contra a cárie

Além de manter uma excelente higiene bucal, quem está com cárie deve procurar atendimento junto a um cirurgião dentista, pois se não tratada, a doença pode se agravar. Afinal, como já dito, tratamentos caseiros podem não trazer o resultado esperado. Entretanto, neste momento de pandemia é seguro sair de casa para ir até o consultório?

Bom, as indicações da cirurgiã-dentista e especialista em endodontia Jhenny Viana são de que quando o paciente está sentindo dores deve procurar um tratamento. Afinal, muitos problemas podem evoluir para quadros mais graves se não tratados. Dores e desconfortos persistentes significam que algo está errado.

Para evitar contágio, o paciente apenas deve certificar-se de que está tomando todos os cuidados necessários à prevenção ao coronavírus e de que o consultório em que irá está fazendo o mesmo.

Alguns casos de saúde bucal são considerados urgentes, sejam de cáries ou não. “Se você estiver sentindo dores fortes de dente, problemas com restaurações, fratura de dente, dores relacionadas ao siso, rosto inchado, muitos sangramentos ou inchaço na gengiva, é importante marcar uma consulta odontológica para tratar o problema e não agravá-lo”, explica a especialista.

Para iniciar o tratamento da cárie, o dentista irá avaliar a fase em que ela se encontra, se está inativa ou em estágio mais avançado. Em todos os casos, é necessário primeiro remover a parte danificada do dente.

Para a primeira fase, de cárie mais superficial, aplica-se um selante (revestimento fino de resina branca ou transparente) na superfície do dente.
Quando a cárie começa a provocar danos no esmalte, o método mais indicado pode ser a restauração dentária. E para os casos mais graves, talvez seja necessário utilizar o tratamento de canal radicular. Este procedimento é mais invasivo e demorado.